sábado, 12 de setembro de 2009

Terror: Salvador sob ataques

Onze ônibus queimados, nove módulos policiais atacados, três policiais feridos e três viaturas danificadas. É o saldo triste de ações orquestradas por asseclas do narcotráfico em Salvador, sob ordens de seus líderes de dentro dos presídios. Em resposta, a polícia matou dez homens e prendeu 19 suspeitos de executarem os ataques. Tudo isso em apenas seis dias.

Como agravo, as últimas 24 horas, com uma sexta-feira, 11.9, fechando oito anos dos atentados às Torres Gêmeas em Nova York, foram pinceladas com tons de tensão, receio e apreensão. Circularam boatos de que uma bomba havia sido implantada em um shopping da cidade. Ontem, este blogueiro chegou a saber que um funcionário do gabinete do governador Wagner havia tido informações de que a Polícia Federal recebeu a denúncia do explosivo e equipes haviam se deslocado para invetisgar.

Por volta das 21h, houve movimentação anormal de policiais em frente ao shopping Itaigara. Mas tudo, felizmente, não passou de especulações, pelo menos até um segundo momento. Nos jornais, a ameaça de bomba não foi noticiada. E o A Tarde confirmou a falsidade das denúncias. Mas os boatos fizeram pessoas desistirem de ir ao shopping e ao jogo do Bahia. O clima de tensão também foi visto na reação dos rodoviários que ameaçaram recolher os ônibus nas garagens caso os ataques continuassem.

Os fatos e a repercussão deles na rotina dos soteropolitanos configuram uma cidade de reféns do que já pode ser chamado de terrorismo. A situação ganhou tamanha dimensão que já foi parar nas páginas de jornais internacionais como o El País. O diário espanhol registra que a Bahia está tomada pelo narcotráfico e pontua o assassinato de mais de mil civis só este ano e de 34 policiais militares no ano passado.

Cidade aclamada de forma desvirtuada pelo clima festeiro e "preguiçoso" de baías receptivas e provincianas abertas ao mundo, Salvador agora impressiona além fronteiras nacionais uma imagem de violência, aos moldes de uma antiga Bogotá, quando outrora dominada pelas guerrilhas. Pior que, diferente da distorção de tachá-la malemolente, a pecha de cidade do crime agora se cria com bases bem reais. O que aconteceu nesta semana nada mais é do que uma narcoguerrilha urbana com fortes tendências terroristas.

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