sexta-feira, 11 de junho de 2010

Que a bruxa pare por aí!

Antes mesmo da Copa do Mundo da África do Sul começar, a bruxa andava solta aos redores do mundial. Em amistosos de preparação para o torneio, o craque da Costa do Marfim, o atacante Didier Drogba, quebrou o cotovelo e ficou de fora da competição.

A seleção canarinho já enfrentou contusões de Luís Fabiano, Kaká, Michel Bastos e a mais precupante, a do goleiro Júlio César, cujas dores nas costas seguem incomodando o arqueiro. Já a Holanda vai estrear na Copa sem o craque Robben, do Bayern, que sofreu um contusão no joelho em um amistoso preparatório. E a Alemanha teve que aceitar a ausência do "Kaká alemão", Michael Ballack. O meia se contundiu em partida da Copa da Inglaterra.

Fora de campo, as perdas também foram siginificativas, na verdade maiores. O tenor sul-africano Siphiwo Ntshebe, conhecido em seu país como "Pavarotti Negro" e que era um dos artistas escolhidos para participar do show de abertura da Copa do Mundo, morreu em decorrência de uma meningite 16 dias antes de começar o grande espetáculo do futebol.

Não bastasse, uma notícia muito triste foi divulgada anteontem. Após deixar o Soccer City, onde foi realizado o show de abertura da Copa, uma bisneta de Nelson Mandela se envolveu em um acidente de carro e faleceu horas depois, já na manhã de ontem. Por conta da tragédia, o grande líder sulafricano não compareceu à cerimônia oficial de abertura do mundial, realizada minutos antes dos Bufanas Bufanas jogarem contra o México a primeira partida da Copa.

Que a bruxa fique por aí e que daqui para frente o espírito de resistência e luta pela paz do povo sulafricano tome os campos e bastidores da grande festa da bola.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Taça é nossa, é?

O produtor artistico e estudante de Direito, Márcio Costa, refletiu sobre o logo da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, e escreveu o artigo abaixo:

A Fifa divulgou o símbolo da próxima Copa do Mundo que será sediada aqui no Brasil. Uma peça publicitária interessante: a taça com várias mãos nela. Veio-me à cabeça logo a sensação de perseguição, de menosprezo, a tão falada síndrome do patinho feio, ou ainda melhor a síndrome do "só por que sou pobre doutor"?

Porque até numa peça publicitária de um símbolo que representará nosso País num mundial, tenho a sensação de que estão dizendo que querem roubar, furtar, afanar, dar um jeitinho, se beneficiar. Todos  querem colocar a mão, nem que seja o dedo, na taça. Mas pode ser uma figura de linguagem esse “colocar a mão na taça”. Digamos que os governos estaduais já começaram a colocar “a mão na taça”, estão só na espreita aguardando o prazo de inicio das obras ficarem no limite ou passar deles e começar a correr com obras de urgência. E o que vem daí? Prestações de contas frouxas e aumento no valor das obras para poderem ser entregues no prazo exigido.

Todos querem colocar a mão na Taça. As seleções literalmente querem ganhá-la pelo mérito em campo de ser o melhor time da terra, mas muitos querem apenas melar o dedo em tudo que envolve este magnânimo evento, que é o maior do mundo, do universo, quiçá da galáxia, e envolve milhões de cifras em tudo; durante um mês, um único mês, que será revelado o melhor em quatro anos, aquele a quem a tão sonhada taça será levada, quando atletas em momentos de êxtase entrarão para história ao pegarem-na, levantarem-na e finalmente passarem a mão nela,  mas ao mesmo tempo, num momento lúdico, passarão a mão como se brinca com o impossível, o irreal, com o objeto tão sonhado pelos milhões de moradores deste planeta: a cobiçada superioridade, para se transformarem em seres supremos.

Mas será que o símbolo foi desenhado pensando neles? Tenho minhas dúvidas. Criaram-na para representar um país onde ser esperto é como se fosse lei e tirar vantagem em cima de outra pessoa é quase uma instituída matéria escolar que será aprendida do maternal ao terceiro grau. A propina convive com todos aqueles que querem “passar a mão” e com aqueles que têm o poder de deixarem “passar a mão”.

Tá aí. Aqueles que têm o poder de deixarem “passar a mão” são responsáveis por essa imagem que temos no mundo. Até numa peça publicitária criada por profissionais de outro país para representar o meu país na copa do mundo de futebol que sediará, vem esse fantasma que atormenta a nação de que todos querem “passar a mão na taça”, até eu. Como faço, alguém me ajuda?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Jabulani, com muito prazer


Jabulani. No mundo da bola ela é a carne nova no pedaço, mas não tem sido nada celebrada pelos jogadores, sobretudo pelos brasileiros, apesar do nome significar "celebração", no idioma zulu. Na verdade, ela é a fibra em 11 gombos sem costura mais nova do pedaço, da África do Sul.

A bola da Copa, desenvolvida pela Adidas e que custa R$ 400 cada uma, é mais veloz, leve e mais arisca aos domínios futebolísticos dos nossos craques. "Essa bola é sobrenatural. A trajetória que ela faz é estranha, ela sai de você, parece que não gosta que alguém chute. Parece que tem alguém guiando, porque quando você vai chutar ou cabecear, ela muda a trajetória", avaliou o atacante Luís Fabiano. “A outra era igual a mulher de malandro, você chutava e ela ficava ali. Essa bola é igual a patricinha, não quer ser chutada", disse Felipe Melo, comparando a estreante às velhas conhecidas.

Jabulani parece que vai dá trabalho, não vai se render fácil aos encantos de pés milionários dos artistas da bola. Por enquanto, tem feito jogo duro, nada de abrir as guardas para seduções primárias ou cantadas infantis ou ultrapassadas. Se terá algo a revelar de bom ou de especial para agraciar os amantes da bola, tudo indica que vai deixar para o grande momento. Até  lá, o bom e disciplinado cortejo trará as melhores chances e oportunidades. E então, será a bola, e simplesmente, bola da vez!