Por já ter me pronunciado antes sobre o assunto no texto "Contra o institucionalismo do diploma", serei muito breve quanto à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira, de exitinguir a obrigatoriedade do diploma específico para exercer a profissão de jornalista.
É desperdício de energia dos meus pares fazer soar todo esse alarido de indignação frente à decisão. Primeiro porque o STF não impossibilitou que o diploma de jornalismo seja usado como critério de seleção. Ao contrário, reforçou este seu valor intrínseco, de garantia de conhecimento e não de mera promoção. Ou seja, o diploma fará a diferença se aquele que o possui refletir no exercício da profissão todo o saber certificado por aquele canudo debaixo do braço. Do contrário, denunciará com linhas mais fortes não ser merecedor do título que ostenta mediante um pedaço de papel.
Segundo, em sequência, estaremos tirando do mercado seu suposto viés estritamente mercadológico. Explico-me: se há uma gama maior de pessoas potencialmente jornalistas, nas empresas credíveis estarão trabalhando profissionais de excelência ainda maior dos que com hoje contamos, dado um processo mais competitivo de seleção. O mercado deverá ser mais exigente, porque a sociedade cobrará isso dele, já que será ainda mais a opinião pública, agora derrubado o diploma, a reguladora e fiscalizadora da qualidade dos registros jornalísticos.
E, por fim, o maior rigor do mercado deverá encontrar o melhor do jornalismo entre os diplomados, do contrário, tudo dentro das faculdades deverá ser revisto. E olhe só, está aí outra porta de retornos profícuos sendo aberta pelo diploma, ou melhor, por sua não obrigatoriedade.
Um comentário:
Não concordo!
O diploma não certifica ninguém de sua capacidade como jornalista por si só. Cabe a este conquistar a credibilidade através da sua habilidade e, por quê não dizer, arte de escrever. Atualmente, o mercado de trabalho é escasso, competitivo na questão do "quantos contatos influentes" você conhece e que possam lhe valer de uma indicação favorável para algum posto, salvo algumas exceções que merecidamente conseguem o seu lugar ao sol fruto do seu próprio talento.
Quanto aos demais, nisso incluo a mim mesma, receio que estaremos todos na cada vez mais malha fina de vagas disponíveis com os já conhecidos como portadores de alto Q.I. (ou quem indica). Agora, também entram na disputa os inúmeros "pseudo-jornalistas", criaturas nascidas de blogs ou mesmo profissionais de áreas específicas restritas a somente o seu assunto de carreira. Não poderia deixar de citar que também estaremos mais expostos do que nunca à "verdade" de políticos sedentos por mais este espaço como ferramenta de imposição da sua estratégia eleitoreira e ideais questionáveis.
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