sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um viva aos meninos da Vila!

Três jogos foram suficientes para eu me tornar um santista de carteirinha. Eu que desde 1999 abri mão de torcer para o Flamengo e para qualquer outro time, traumatizado pelas exaustivas, esgotantes e irritantes discussões futebolísticas com meus colegas de escola. Pouco tempo depois, contaminado pelo exercício do pensamento lógico a que estamos submetidos nessa sociedade extremamente cartesiana, resolvi colocar a paixão pelo futebol a um patamar de perda de tempo estúpida.

As concessões e exceções cabiam aos jogos da seleção brasileira, movidas pelo sentimento de nacionalismo. Mas agora perenizam-se por se renderem ao futebol-arte dos meninos da Vila. A lógica que me fez desconsiderar as trocas extremamente ricas entre torcedores e times de futebol só se admitiu derrotada quando a experimentação estética da beleza futebolística santista trouxe à tona, como um rompante, o lado emocional que define o ser humano e que o faz se apaixonar pelo inexplicável. Viva aos meninos da Vila, que têm ressuscitado a magia alegre do nosso futebol e inflado corações outrora murchos pela padronização da mediocriade e da operacionalidade reducionista dos jogadores modernos.

É uma pena que a coerência lógica do treinador Dunga não tenha se curvado aos dribles, passes, gols, enfim às peripécias de Ganso, Neymar e André. Na seleção, Robinho terá que comandar o espetáculo sem seus parceiros acrobatas da bola.

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