quarta-feira, 2 de julho de 2008

Crônica de Independência

No dia de 2 de Julho, o menos importante são políticos em campanha querendo tirar proveito eleitoreiro da data, e mesmo as representações das personagens históricas, a exemplo de Maria Quitéria, General Labatut e outras. Fui pela primeira vez, em 26 anos, às ruas, conferir de perto os festejos da Independência da Bahia, que completou 185 anos. Claro que há aqueles patriotas fervorosos, e as crianças admiradas com tanta gente na rua e com os carros alegóricos - este ano o público foi menor, avisaram marinheiros de outras viagens.

Mas, noves fora, o povo vai mesmo é para se divertir, e tome arrocha, pagode, paquera e muita cerveja - se vão dirigir depois, isso lá é problema da SET, que amanhã começaria as blitzen, mas já soube que há fiscalização nas ruas desde hoje. E quando o povo se diverte, não tem político que roube a cena, já diria o prefeito João Henrique. Lá pras tantas do desfile, na Av. Sete de Setembro, à altura da Rua do Rosário, perdeu em popularidade para Severiano Mussurunga. Este senhor, que todo 2 de Julho se veste de Papai Noel, distribuía cumprimentos e tirava fotos com populares, enquanto o prefeito recebia uma saraivada de vaias. "Estou com o prefeito, não sou candidato", esquivou-se Mussurunga do pleito eleitoral.

Pelo trajeto do desfile, da Câmara Municipal à Praça Dois de Julho, no Campo Grande, o candidato à reeleição João Henrique também recebeu aplausos, e tirou fotos com crianças no colo, como é de praxe. Mas os momentos de vaias sempre eram mais intensos. O prefeito caminhou bem atrás, distante dos carros alegóricos e de outras autoridades, como o governador Jaques Wagner. Não sei se foi estratégia. Na verdade, o povo estava ligando pouco para isso, e que venha mais uma latinha de cerveja, senão não tem santo que aguente 2 de Julho, ainda mais que espera-se a independência chegar a bons termos: moradia, educação, saúde, segurança... Enquanto isso, só mesmo boas doses de patriotismo para cantar orgulhoso "Nasce o sol a Dois de Julho, brilha mais que no primeiro, é sinal que neste dia, até o sol é brasileiro".

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