terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sessão intimista

Bem caros e poucos leitores, quem não arrisca uma vez ou outra uma poesia? Bem , eu arrisco... Então lá vai uma...

A palavra nos jornais
Por George Brito

Não estou afim de um registro frio e meticuloso
Estou ansioso pelo fervor de letras vivas
De emoções fortes e vívidas tintas
Mas por que não me livro desse matiz negro e insosso?

Pequeno e insípido
Soneto mal acabado
Emenda torta, timbre desafinado
Eco surdo de um peito vazio

Espero ainda um bater vibrante
Inebriante a ponto de sufocar
Mas que inércia intelectualidade
Que apura a realidade como mesquinho retalho
Sem raiz, sem terra, sem feitio?

Pareço uma piada sem graça
Em busca do sentido
Para o riso, o sorriso, a gargalhada
Incessante procura
Desapaixonada, quão desfigurada

Ainda tateio o nada às escuras meio sem rumo
Minha força, minha luz
Vagueia meio apagada, inexpressiva
Sem vida uma palavra em mim
Que me traduza, que me seja, que me extravase

E sou jornalista?
Pode ser,
Mas vivo além de páginas outras
Minhas e de mais ninguém

2 comentários:

Anônimo disse...

Depressão. Acho que as pessoas que conseguem escrever coisas fortes e profundas têm um q de depressão e um intimismo meio mórbido. Não te vejo em suas linhas... não sinto o eco surdo, nem palavras insossas vindos de vc. sinto muita seguranca e determinacao.
bjs

Anônimo disse...

Estado de desorientada, acerca de tantas direções e nenhuma delas apontadas. Com minha bússola a tempos já quebrada, intuição descontrolada, a um passo do buraco do medo. Caminhos de faz de conta, que conta que faz caminhos, passarinho preso no ninho , receio do voou arriscado. A covardia é vizinha ao lado, visita indesejada, a educação resiste, mas permite sua entrada. Educação fina, garganta grossa, engolidora de sapos, anfíbios palavrões. Falência da paciência, desgaste humano, desgosto, gosto amargo de gente, paladar dos gentis. Não nasci pra ser atriz, sorriso falsificado cansa o lábio, pesa a testa, vende passividade. E verdades no mundo real beira fantasia, um carnaval de sujeiras com máscaras pintadas de simpatia. Analgésico pra antipatia só na farmácia da sabedoria. Freguesa, por vezes dopada em tristeza, overdose de melancolia.