Felizmente, Barack Obama, o novo presidente eleito dos EUA, não lançou mão de sua cor para destacar a importância de sua eleição na história da humanidade. No discurso, como mostrou a imprensa, não citou uma única vez que era o primeiro presidente negro da "América".
Obama também não fez de sua eleição a grande festa, tão acreditada pelo mundo afora. Mostrou-se sério e austero no seu primeiro discurso como presidente eleito. Semblante altivo, parecia querer mostrar ao planeta que o desafio de mudança não é realizável apenas em expressões simbólicas, a exemplo das raciais, mas em atitudes políticas concretas.
O "sonho americano" que elegeu Barack Obama, desconfio, deposita sua esperança na reconstituição da grandeza da sociedade yanquee como grande potência do mundo, sempre acostumada a ditar as regras e rumos do jogo politico e diplomático. Não sei até que ponto um país solidário possa forjar-se deste novo quadro político. Que forje-se, torço por isso.
O ponto crucial, no entanto, não é esse de todo. Ainda não consegui sentir em toda essa euforia "Obama", por todos os cantos do mundo a render louros à imensa magnitude da democracia americana, a brisa de mudança tão aclamada, quando o império que faz do mundo sua marionete tomar seu lugar sensato e coerente na conjuntura mundial, ou seja, deixar de ser a esperança última de uma humanidade mais próspera. Pelo contrário, toda essa euforia é prova inconteste que o mundo vive o sonho americano como se fosse seu.
Perdoem-me os entusiastas do american way of life, mas isso não me parece nada promissor.
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