segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ladrão virtual: sujeito inexistente 2


Domingo, 15 de novembro de 2009. Por volta de 13h30, eu e minha namorada Verena nos dirigimos ao caixa eletrônico do Bradesco, um quiosque localizado em frente ao Shopping Itaigara. Queria fazer um saque. Dentro do quiosque, Verena observou que o painel estava visivelmente afundado. Passou a mão pela brecha deixada e tocou um fio estranho. Desconfiados de algum golpe, não iniciamos a operação. Agachei-me e verifiquei a presença de uma microcâmera conectada por um fio a um aparelho, o que em princípio parecia ser um celular,  mas depois se revelou um MP4 da Sony.

Bingo! Algum filho da mãe instalara equipamentos eletrônicos para capturar os momentos que os usuários ingênuos digitavam suas senhas. Várias vítimas devem ter sido surrupiadas pelo ladrão virtual. Algumas foram poupadas naquele início de tarde dominical graças a um casal calejado, observador e solidário. Eu, no caso, faço parte dos dois tipos de vítima: a consumada e a potencial.

Bingo, mais uma vez! No domingo anterior ao feriado de finados, estive no bendito quiosque verificando meu saldo. Não recordo, por desatento, se o painel já estava afundado à época. Mas tudo indica que o bandido, esse sem nome, conseguiu ali meus valiosos códigos bancários. Feita a dedução, chamei a polícia militar e registrei queixa na 16 Circunscrição Policial (Delegacia da Pituba). O aparelho foi apreendido e deve passar por perícia.

Mera formalidade. "Isso só em seriados americanos", disse-me uma agente policial após eu questioná-la da possibilidade de se chegar aos meliantes virtuais a partir das digitais impressas no MP4. Até porque, pasme, o caixa eletrônico, fora o do ladrão, não conta com sistema de câmera. Tudo bem, pelo menos cumpri meu papel de cidadão.

E, sem esquecer, meu rico dinheirinho, os R$ 780 roubados, já voltou à minha conta, agora sob nova senha, é claro. Ainda que, "por mera liberalidade", como versa o instrumento de ressarcimento do banco, o Bradesco resolveu cobrir meu prejuízo e depositar minha grana.

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