sábado, 19 de dezembro de 2009

Então é Natal...




Um dia Millôr Fernandes, em uma das suas crônicas, afirmou que jà não se podia escrever mais nada sobre Natal, pois tudo o que se poderia já fora escrito. Tem razão. Desde as reflexões do arrastão consumista, as imensas desigualdades sociais, o espírito de solidariedade, o encontro familiar de pessoas estranhas, até o cunho de rejuvenescimento religioso e espiritual ligado à data. Não sobram ideias ou palavras para reinventar as cores e luzes natalinas.

E por que então o Natal? Por que este encantamento, este movimento de pessoas de procura mútua? O estímulo econômico, a grana extra do 13 salário, trabalha em favor da autoilusão a que todo ser humano caminha como artifício de superar as agruras e dificuldades da vida como ela é. O Natal é assim o momento de pintar a realidade com tons de cor mais amenos e gentis. Daí a solidariedade como regra, o congraçamento como objetivo.

É também o momento de cultivar a necessidade do homem de estar junto, de fazer parte, de exercer o sentido de pertencimento, embora nosso sistema produtivo possa trabalhar a favor do processo de isolamento, introspecção e recalcamento.

E assim, acolhido por nossos pares, presenteados ou não, afinados ou não, paramos para reingressar nas vidas cotidianas, com mentes frescas e mais esperançosas, acredito. Feliz Natal!

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