Antes mesmo do início da festa, muitas menininhas já estavam em clima de folia. É que, carimbadas no braço com a marca do bloco, garotas desfilavam pelas ruas da cidade exibindo seu atestado de qualidade: era uma convidada do Harém, ou seja, é uma beldade com certificado.
A tatuagem com os escritos do bloco garante a natureza pessoal e intransferível do abadá - nada de passar para outra pessoa ou vender a fantasia no mercado paralelo. Mas, para as mentes mais maldosas, o "brasão" do Harém é um instrumento de selecionar as menininhas e "limpar" o bloco. Será por isso - deu para constatar ontem nas ruas -, que as branquinhas predominam quase unânimes no bloco?
Parece que as mulheres negras não fazem parte do paraíso, pelo menos não deste de Peixe. Está aí a "eugenia" carnavalesca. E não é pela primeira vez, lembrem que o Ilê há muitos anos sai nas ruas sem uma alma branca - com a justificativa da tradição de luta da afirmação da negritude. No caso do Harém, não há causa sociopolítica nem cultural. Vai ver que as negras são feias e ponto final.
Em tempo, os critérios do Harém pecam no próprio fim: muitas meninas brancas feias ganharam o abadá e saíram por aí como vacas caminhando no pasto, ferradas. Pouco importa, o pedigree já estava assegurado.
Obs: Este texto é essencialmente opinativo, não há informações contundentes e irrefutáveis que possam sustentar que o bloco Harém se utilize de critérios de cor para selecionar suas convidadas. Já as mulhereses brancas feias referidas no texto são feias para este signatário, podendo ser diferente para outros muitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário