O Comitê da Política Monetária do Banco Central (BC) desde outubro mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 11,25%, o que rompeu o processo de declínio iniciado em setembro de 2005. A medida é vista como cautela para evitar pressões inflacionárias. Há algumas semanas, para compensar o fim da CPMF, o Governo deciciu elevar de 7% para 15% a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) - medida ainda ser aprovada na Câmara Federal. Pronto, foi o bastante para os bancos tomarem suas providências, como garantia de que o dinheiro não vai sumir de seus caixas.
Em entrevista ontem ao programa Canal Livre, da rede Bandeirantes, o ex-ministro da Fazenda, Delfim Neto - um dos orquestradores do milagre econômico brasileiro na era da ditadura militar - mostrou-se otimista com o cenário econômico nacional. O economista ressaltou que o crescimento do PIB, em 2007 de 5%, é resultado de um mercado interno em expansão. "A virtude de Lula foi soltar os animais que são os empresários", afirmou em referência ao crescimento da indústria nacional. Delfim aposta num crescimento de 6% do PIB este ano. (Confira também aqui entrevista com especialista do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada - Ipea).
A possibilidade do crescimento produtivo interno se deu justamente por conta da queda dos juros. Ela estimula empresários realizarem investimentos - a partir de financiamentos a juros baixos. Mais recursos investidos provocam maior uso da capacidade instalada, que fechou 2007 em 87%. A consequência é geração de mais empregos, o que possibilita maior renda para fortalecer o mercado consumidor interno.
Se os juros páram de cair e, pior, voltam a subir para controlar a inflação, fica em risco a manutenção do crescimento. Bom lembrar que duas coisas vitais impulsionam a inflação neste começo de ano: alimentos, que foram os grandes puxadores da alta inflacionária, e a energia, que, com a queda dos níveis de água nos reservatórios, já está mais cara para o empresariado.
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